segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Lançamento do livro Comunicação e Cultura do Ouvir

No dia 23 de fevereiro, sábado, às 10 horas, será lançado o livro Comunicação e Cultura do Ouvir, do qual participo com o artigo "Nachtmahr e a estética militarista na música industrial".


Organizada pelos professores José Eugenio O. Menezes (Cásper) e Marcelo Cardoso (Unisa), a obra reúne mais de 20 autores, dentre eles docentes e mestrandos que apresentaram trabalhos nos seminários organizados pelo grupo de pesquisa Comunicação e Cultura do Ouvir nos anos de 2009, 2010 e 2011.

O livro, que leva o título do grupo que faz parte do programa de mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, organiza os artigos em três partes: Vínculos (raízes da cultura do ouvir, elos simbólicos ou materiais, espaços comuns), Ambientes (ambientes comunicacionais afetivos, densos e tensos) e Rádio (tendências e perspectivas, mudanças no universo do meio).

O evento acontecerá na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, na avenida Paulista, nº 900.

Para participar, basta fazer inscrição mandando e-mail para eventos@casperlibero.edu.br com seu nome e RG. Esse procedimento é obrigatório, uma vez que a instituição precisa ter esses dados para liberar a entrada e deve ser feito até às 10h da quinta-feira, dia 20.

Quem não puder comparecer ao evento e tiver interesse em adquirir o livro impresso, por favor entre em contato por meio dos comentários, aqui no blog.

LANÇAMENTO LIVRO COMUNICAÇÃO E CULTURA DO OUVIR
Onde: Faculdade Cásper Líbero (Avenida Paulista, 900 - São Paulo/SP)
Quando: 23 de fevereiro, às 10 horas
Inscrições pelo email eventos@casperlibero.edu.br - enviar RG e nome completo.

SUMÁRIO


Vínculos

Cultura do ouvir: os vínculos sonoros na contemporaneidade - José Eugenio de Oliveira Menezes
Comunicação e cultura em deslocamento - Helena Charro
Jingle: narrativa sonora - Roseli Trevisan Campos
A oralidade mediatiz:ada revisitada sob o tear de Michel Serres - Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva
Nachtmahr e a estética militarista na música industrial - Lidia Zuin de Moura
Tatuagem: traços da alma e do mundo. Os tênues limites de uma identidade cultural mestiça - Eric de Cerveino
Corpo e Mídia: uma questão de ecologia - Luiz Femando Camara Vitral
A representação do deficiente físico na mídia - Pedro Seríco Vaz Filho

Ambientes

Loucos por diálogo: um estudo de programas de rádio realizados por pessoas com transtornos
mentais no Estado de São Paulo - lrineu Guerrini Jr.
Uma visão tátil da guerra nas narrativas contemporâneas: estudo de caso sobre as reportagens da Folha de S.Paulo e da CBN - Fenanda de Araújo Patrocínio
Rádio comunitária: uma possível brecha na sociedade do espetáculo - Sérgío Pinheiro da Silva
Jogos orquestrais: as jornadas esportivas no rádio - Rodrigo Fonseca Fernandes
Vínculos comunicacionais e sentimento nacional: nação tradicional e intemet - Raphael Tsavkko Garcia
Comunicação e sustentabilidade: o ambiente comunicativo do SWU - Danielle Mendes Thame Denny
Orquestras sensoriais: processos de comunicação no varejo - Tatiana Pacheco Benites
O Plano Ceibal e a constituição de ambientes comunicacionais - Helena Maria Cecilia Navarrete

Rádio: tendências e perspectivas

O jornalismo radiofônico e as narrativas míticas - Marcelo Cardoso
A faixa jornalística do FM paulistano: surgimento e consolidação de um novo segmento e de um
novo público - Elisa Moura Marconi Bicudo Pereira
Tendências do radiojornalismo na perspectiva do Alterjor - Luciano Viclor Barros Maluly
Café com o Presidente: o programa de radiojornalismo com o presidente Lula - Eliane Calixto Paiva Dancur
Radiorreportagem: o gênero do século XXI - Nadini de Almeida Lopes
A narração esportiva de Fiori Gigliotti: emoção e sedução na oralidade medíafízada - Osório A. Cândido da Silva
O ruído na formação de paisagens sonoras no radiojornalismo - Paulo Borges
No ar - online: reflexões sobre o rádio em tempos de convergência de mídias - Julio de Paula

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Carnaval nazista na Bélgica é condenado pela UNESCO


As celebrações de carnaval realizadas na cidade belga de Aalst são consideradas pelas Nações Unidas como um patrimônio mundial, mas nesse ano ocorreu um evento particular que fez a UNESCO se pronunciar contra. Um grupo intitulado SS-VA resolveu fazer paródia do N-VA (New Flemish Alliance), um partido de centro-direita que defende a nacionalidade flamenga no país, ao se vestir com uniformes nazistas que remetiam àqueles usados pela Schutzstaffel (SS). Dezenas de milhares de espectadores conferiram a performance, que também fez referências às câmaras de gás utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial. Para isso, eles contaram com um homem vestido de judeu e um carro alegórico com uma caixa representando vagões de deportação.

A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, diz estar "extremamente chocada por tal ato inaceitável, que é um insulto aos seis milhões de judeus que foram mortos no Holocausto". Já o prefeito da cidade, Christoph D'Haese, que é membro do partido N-VA, assume ter, semanas antes, alertado o grupo SS-VA que a proposta de desfile era pouco carnavalesca. "Nós não queremos que ninguém se ofenda, mas é preciso ver no contexto certo. O que faz parte do carnaval deve ser limitado aos três dias de comemoração. Nós não proibimos nada e o carnaval é um dia que dá carta branca à liberdade de expressão", afirma D'Haese, que também informa que de 3.500 participantes dos desfiles, apenas seis fizeram parte do ato da SS-VA. Apesar de estar arrependido diante dos acontecimentos, o prefeito explica que é o Governo Flamengo que deve responder às manifestações da UNESCO.


O grupo carnavalesco SS-VA tem como um de seus participantes um advogado da cidade de Ghent, que explica que sua intenção era zombar a direita representada pelos apoiadores do partido N-VA. Michel Keymeulen disse à Radio 2 que, em Aalst, todos riram da performance. "Eu tenho certeza que a diretora geral da UNESCO não estava em Aalst. Ela está respondendo aquilo que foi escrito por pessoas que ficaram descontentes com o que aconteceu ou que quiseram tirar o evento do contexto".


Irina ainda disse que as cenas representadas pelo grupo SS-VA se opõem aos valores do carnaval de Aalst e vão contra os esforços pela compreensão, tolerância e paz entre os indivíduos. A diretora-geral da UNESCO acredita que o Holocausto não deve ser trivializado por conta da "situação política local ou para incitar o ódio". "Apesar de o carnaval apoiar a liberdade de expressão e a sátira, isso não é motivo para justificar estereótipos anti-semitas", critica Irina. Outro argumento que vai contra a manifestação é de que o "desfile nazista" vai contra o artigo 2 da Convenção da UNESCO, que pede pelo respeito entre comunidades. "Isso comprova o extremamente preocupante menosprezo diante de temas como o Holocausto e as deportações, ainda mais no coração do continente onde essa tragédia aconteceu", inclui Irina.



É dito que essa paródia faz crítica às políticas do líder separatista flamengo Bart de Wever. Desde sua vitória nas eleições municipais, em outubro do ano passado, de Wever tem reforçado a nacionalidade flamenga na cidade ao, por exemplo, remover retratos do casal real belga da câmara municipal. Segundo Jacques Jacquemin, líder do SS-VA, a intenção era demonstrar como a política de "flamenguização" em Aalst levou o N-VA a uma situação "cada vez mais cômica". 

Na montagem com três oficiais da SS, o personagem ao centro recebe o rosto do prefeito Christoph D'Haese enquanto o outro, à sua esquerda, tem a face do líder separatista flamengo Bart de Wever




Agradecimentos ao meu informante e colega belga Frederic pela notícia!

Fontes:

Burgemeester Aalst betreurt heisa over 'nazicarnaval' - DMorgen.be <http://www.demorgen.be/dm/nl/989/Binnenland/article/detail/1578935/2013/02/13/Voorzitster-UNESCO-furieus-op-nazicarnaval-in-Aalst.dhtml>
The Flemish nationalist De Wever in SS, “star” of Carnival in Flanders - Diplomat Tittle <http://www.diplomattitle.com/the-flemish-nationalist-de-wever-in-ss-star-of-carnival-in-flanders/>
UNESCO Chair reacts furiously to "Nazi carnival" in Aalst - Joods Actueel - <http://joodsactueel.be/2013/02/13/unesco-voorzitter-furies-op-nazicarnaval-in-aalst/>
UNESCO official slams ‘anti-Semitic display’ at agency’s Belgian carnival - The Global News Service of the Jewish People <http://www.jta.org/news/article/2013/02/13/3119486/unesco-indignant-over-anti-semitic-display-in-belgian-carnival>

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Zdzislaw Beksinski

Zdzislaw Beksinski (1929 – 2005) foi um pintor, escultor e fotógrafo polonês que ganhou grande notoriedade por conta de suas obras, as quais são caracterizadas pelo aspecto de pesadelo transmitido. É dito que seu estilo pictórico seguia à maneira barroca e gótica. A primeira diz respeito às representações usadas por Beksinski, principalmente aquelas presentes na fase em que o artistas se utilizou do realismo fantástico ao pintar imagens surrealistas e dignas de um sonho perturbador. Já o aspecto gótico é mais abstrado, porém é possível vislumbrar a inspiração nas pinturas mais recentes do polonês.



"Não faz sentido me perguntar o que as cenas nas minhas pinturas 'significam'. Simplesmente, nem eu mesmo sei. Além do mais, não estou nem um pouco interessado em saber"

Nascido na cidade polonesa de Sanok, em 1929, Beksinski viveu sua infância no período da Segunda Guerra Mundial. Cursou arquitetura em uma universidade na Cracóvia e, por conta disso, passou vários anos trabalhando no ramo de construção, como supervisor. Era um emprego que o artista detestava, mas que fez como que ele logo se dedicasse à arte.

Em 1958, Beksinski começou a ganhar notoriedade por conta de suas fotografias, para mais tarde começar a desenhar. Suas ilustrações altamente detalhadas eram frequentemente muito grandes, lembrando os trabalhos de Ernst Fuchs, por conta de seu obsessivo detalhamento.



"Eu tenho uma reação muito forte às imagens que não têm uma resposta óbvia aos seus mistérios. Se há uma chave para sua construção, ela é simplesmente ilustração"


A década de 1990 foi especialmente dura para Beksinski. Sua esposa, Zofia, morreu em 1998 e, um ano depois, na véspera do natal de 1999, seu son Tomasz, um popular radialista, cometeu suicídio. Ele próprio descobriu o corpo do rapaz, junto a um envelope preso à parede com as seguintes inscrições: "Para Tomek, caso eu chute o balde".

No dia 21 de fevereiro de 2005, Beksinski foi encontrado morto no seu apartamento em Warsaw, com 17 apunhaladas em seu corpo. Robert Kupiec, o filho do zelador do prédio, foi tido culpado pelo crime. Ele e um amigo foram presos pouco depois do assassinato. É dito que, antes de sua morte, Beksinski recusou emprestar dinheiro a Robert - uma quantia equivalente a cem dólares.


Referências

Morpheus Gallery. <http://morpheusgallery.com/Zdzislaw%20Beksinski/biography.php>
Wikipedia. <http://en.wikipedia.org/wiki/Zdzis%C5%82aw_Beksi%C5%84ski>