segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Agenda de eventos: São Paulo e Sorocaba

Novidades para novembro. Participarei de dois eventos na primeira semana do mês, um na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, e outro na Universidade de Sorocaba. Para quem tiver interesse de conhecer um pouco sobre minha dissertação e morar nessas cidades ou na região, é uma oportunidade. A seguir, colocarei mais informações sobre cada um encontros, a começar pelo da capital:

I Simpósio Internacional de Imagem e Inserção Social

Data: 05 a 07 de novembro
Local: Faculdade Cásper Líbero. Avenida Paulista, 900, São Paulo. Sala Aloysio Biondi
Público: Alunos (graduação, lato sensu e strictu sensu), professores e interessados na área de comunicação e ciências humanas. Alunos dos programas de Pós-Graduação em Comunicação, Semiótica, Comunicação Visual, Artes.

Inscrições: Para participar é necessário que você envie, previamente, um e-mail com seu nome, RG, curso e nome da instituição que representa e as mesas que tem interesse em participar para eventos@fcl.com.br. Feito isto, aguarde a confirmação de sua inscrição. Gratuito.


O artigo que apresentarei: "My art is not an answer, it is a question. Uma análise do impacto das imagens de Gottfried Helnwein a partir dos casos da aquarela Life Not Worth Living e da instalação Selektion (Ninth November Night)"

Veja os outros painéis

VII Encontro de Pesquisadores em Comunicação e Cultura

Tema: Mídia hoje
Datas: de 04 a 08 de novembro de 2013
Local: Cidade Universitária Prof. Aldo Vannucchi, Universidade de Sorocaba (Uniso).

Inscrições - Programação

Minha apresentação será no dia 8/11, às 13h30, no painel GT4.

GT4: Mídia e Educação

SESSÃO A: 13h30min às 15h30min (Bloco F - Sala 113)
Coordenadora: Profa. Dra. Luciana Coutinho Pagliarini de Souza

Originalmente era no GT2, Imagens Midiáticas, mas tive que pedir modificação, porque ia cair no mesmo horário do evento na Cásper. Ainda não sei direito como vai ser a formação das mesas, porque a programação ainda não foi alterada depois que pedi esse remanejamento, mas atualizo aqui assim que tiver novidades.

Artigo que apresentarei: "Fotografando Sombras. Um olhar sobre as imagens obscuras de Gottfried Helnwein"

Espero contar com a presença de vocês e se algum dos artigos que serão apresentados nessas ocasiões forem publicados, vocês ficarão sabendo por aqui mesmo. :)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Regina José Galindo

Esses tempos estive lendo e escrevendo sobre acionismo vienense para a minha dissertação. Agora, vasculhando minha timeline do Tumblr, vi essa imagem de uma das performances do Günter Brus, um dos artistas do Acionismo Vienense.

bodyanalysis / ações 1964-70

O Acionismo Vienense foi um movimento ocorrido nos anos 1960, em Viena, e contou com artistas como Günter Brus, Otto Mühl, Hermann Nitsch e Rudolf Schwarzkogler. Suas manifestações artísticas, que eram feitas em forma de happenings (performances improvisadas), tanto promoviam “ações com forte caráter ritualístico e religioso, onde sacrifícios de animais ou sevícias e mutilações ao próprio corpo do artista podiam ocorrer” (BAITELLO JR, 1990, p.88) quanto “happenings eróticos e orgiásticos que buscam a ruptura total com os tabus religiosos em relação ao corpo” (Idem).

Pensando agora, o movimento contou apenas com participações de homens! E, no caso de Brus, uma de suas ações mais marcantes foi a chamada "Kunst und Revolution", realizada na Universidade, em 1968. Nessa mesma ocasião, estavam presentes Otto Mühl e Oswald Wiener, que acompanharam o artista subir em uma cadeira, ferir-se com uma lâmina, urinar em um copo e depois beber, para então defecar e espalhar as fezes sobre o próprio corpo. Em seguida, Brus teria deitado no chão e começado a se masturbar enquanto cantava o hino nacional da Áustria. Em consequência, os três artistas presentes foram sentenciados a dois meses de prisão.

Günter Brus, Kunst und Revolution, 1968

Agora pensem numa mulher fazendo isso. Na verdade, não sei se isso aconteceria dessa forma e não proponho essa contraposição de uma maneira sexista, mas porque homens e mulheres têm uma sensibilidade diferente, quase que espiritualmente falando (animus e anima). Não sei se as coisas se dariam dessa forma. O que temos de mais próximo nesse sentido é a artista guatemalteca chamada Regina José Galindo, que faz performances desde 1999.

Limpieza Social, 2006

Seu trabalho é focado na violência contra o próprio corpo, seja em performances em que o público observa a agressão que a artista sofre ou quando ele participa das ações, como foi o caso de Alud (2011). Regina não só se preocupa em apontar os problemas sofridos pelas mulheres, mas todos os crimes políticos, as hierarquias sociais e segregações que enxerga como artista latina. Tornou-se conhecida principalmente depois de entrar no prédio do Congresso da Guatemala, em 2003, durante sua performance ¿Quién Puede Borrar las Huellas? (Quem pode apagar os rastros?), deixando marcas de seus pés sujos de sangue humano em protesto contra a candidatura do ex-ditador da Guatemala José Efraín Ríos Montt. Outra notável ação sua foi Perra (2005), na qual ela escreveu a palavra perra (cadela) em sua perna, em protesto contra a violência contra as mulheres.

Alud, 2011

No perdemos nada con nacer, 2000

No perdemos nada con nacer, 2000

Perra, 2005

Referências

BAITELLO JR, Norval. Mini-dicionário de Arte V. In: Revista Galeria nº 20. São Paulo: Área Editorial, 1990.
Regina José Galindo http://www.reginajosegalindo.com/

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Carl G. Jung – O problema do mal no nosso tempo

Seguindo a idéia dos posts anteriores, tanto sobre aquele sobre a culpa coletiva e sobre não entender como as pessoas são capazes de cometer certos crimes quanto o imediatamente anterior, no qual Marie-Louise Franz fala sobre o problema do mal e voltar para si mesmo, esse trecho do artigo O problema do mal no nosso tempo, de Carl Gustav Jung, aborda ambos os assuntos e dá uma iluminada nas idéias abordadas nos textos passados:

"A pessoa que deseja ter uma resposta para o problema do mal, conforme ele se apresenta hoje, necessita, em primeiro lugar, de autoconhecimento, ou seja, do conhecimento mais absoluto possível da sua própria totalidade. Precisa saber a fundo quanto bem pode fazer e de quantos crimes é capaz, e deve evitar encarar um como real e o outro como ilusório. Ambos são elementos da sua natureza e ambos estão destinados a vir à luz nele, se ele desejar — como deveria — viver sem enganar ou iludir a si mesmo. 
Mas, em geral, a maioria das pessoas está por demais distanciada desse nível de consciência; se bem que muitas pessoas hoje em dia possuem em si mesmas a capacidade para uma percepção mais profunda. Esse autoconhecimento é da maior importância, pois através dele nos aproximamos daquele estrato fundamental, ou âmago, da natureza humana onde se situam os instintos. Nessa camada profunda, estão aqueles fatores dinâmicos que existem a priori e que, em última análise, governam as decisões éticas da nossa consciência. Eles compõem o inconsciente e seus conteúdos, a respeito do qual não conseguimos emitir nenhum julgamento definitivo. Nossas idéias sobre o inconsciente estão fadadas a ser inadequadas, pois somos incapazes de compreender cognitivamente sua essência e estabelecer limites racionais para ele. Só podemos alcançar o conhecimento da natureza através de uma ciência que amplie a consciência; logo, o autoconhecimento aprofundado também exige ciência, isto é, psicologia. Ninguém constrói um telescópio ou microscópio com um estalar de dedos e boa vontade, sem conhecimento da óptica. 
Atualmente precisamos da psicologia por razões que envolvem a nossa própria existência. Ficamos perplexos e aturdidos ante o fenômeno do nazismo ou do bolchevismo porque nada sabemos sobre o homem ou porque dele fazemos apenas uma imagem distorcida e desfocada. Se tivéssemos um certo conhecimento de nós mesmos, o caso seria diferente. Estamos face a face com a terrível questão do mal e nem sequer sabemos o que está diante de nós, muito menos que resposta lançar contra ele. E, mesmo se soubéssemos, ainda assim não compreenderíamos "como as coisas chegaram a esse ponto". Demonstrando gloriosa ingenuidade, um estadista recentemente vangloriou-se de não possuir "imaginação para o mal". Muito certo: nós não possuímos imaginação para o mal, mas o mal nos tem em suas mãos. Alguns não querem saber sobre o mal e outros estão identificados com ele. Essa é a situação psicológica do mundo nos nossos dias: alguns se denominam cristãos e imaginam poder, por um simples ato de vontade, calcar o suposto mal sob seus pés; outros sucumbiram ao mal e não vêem mais o bem. O mal, hoje, tornou-se uma Grande Potência".

ZWEIG, Connie; ABRAMS, Jeremiah (orgs.). Ao Encontro da Sombra. O Potencial Oculto do Lado Escuro da Natureza Humana. São Paulo: Editora Cultrix, 2004

domingo, 6 de outubro de 2013

Marie-Louise von Franz sobre o problema do mal

Conheci Marie-Louise von Franz semana passada, na minha qualificação. Ela é uma psicóloga suíça junguiana que me foi sugerida a ser estudada para a minha dissertação. Encontrei várias entrevistas dela no YouTube, algumas bem curiosas, como esta aqui, na qual ela fala sobre o problema do mal e sobre, de certa forma, como as pessoas devem voltar para si mesmas em vez de sair às ruas e protestar, porque isso não adianta muito. 

Pelo que entendi, Marie-Louise não defende a censura, obviamente, mas não acha que valha muito a pena gastar dinheiro e energia em protestos e formatos do gênero, porque o que depende mesmo das coisas darem certo é que o inconsciente coletivo mude -  isto é, se a mentalidade das pessoas, em geral, não se modificar, não tem como novas idéias serem postas em funcionamento. E isso faz sentido, não? É um pensamento polêmico, ainda mais para quem acredita que sem protesto não há como mudar o pensamento, mas isso é relativo, já que nem sempre a mensagem é transmitida corretamente - como vimos recentemente nessas manifestações que aconteceram no Brasil. Por isso mesmo, vale a pena assistir ao vídeo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013